sexta-feira, 5 de julho de 2013

VW VARIANT

Volkswagen Variant




Derivado dos Type 3 alemães (mais especificamente de um protótipo da matriz que não entrou em produção), o Brasil viu em dezembro de 1968 a estreia do VW 1600, um carro de três volumes e quatro portas, com um motor a ar de 1600 cc, instalado na traseira.



     
 Família Type 3: À esquerda Volkswagen Type 3 Notchback, ao fundo Vw Type 3 Squareback e à direita Vw Type 3 Fastback.





Modelo 1600 TL Alemão



   Acomodava quatro passageiros e os levava até cerca de 135 km/h. A dianteira, única no mundo, possuía faróis retangulares até 1970, quando foram substituídos por dois faróis redondos de cada lado.


                                                               O famoso "Zé do Caixão"


A fábrica sustentava o marketing na beleza do carro que aparentemente só ela via, e o carro teve sucesso limitado, sendo popular apenas entre os taxistas. Suas formas retangulares lhe renderam o curioso apelido de "Zé do Caixão", talvez por sua semelhança com um esquife, ou talvez por parecer uma criação do famoso cineasta. Outro curioso apelido, este mais conhecido no sul do país, era "saboneteira". Embora sendo um apelido menos agressivo que o de "Zé do Caixão", também não contribuiu para que o pequeno carrinho caísse nas graças do povo. Ele saiu de linha em 1971.



                                                               
  Anúncio Variant - 1970




Anúncio Variant - 1970








Anúncio Variant - 1971



Entretanto os frutos da linha iniciada pelo 1600 foram positivos para a Volks. Derivado dele, a fábrica seguiu a tendência natural da linha europeia, lançando primeiro a caminhonete (perua) Variant, em 1969. Com a iminente saída de linha do 1600 original, a fábrica lançou o dois volumes e meio (fastback) TL em 1970, com o motor horizontal da Variant - e já no ano seguinte seria eleito pela Revista Autoesporte como o carro do ano de 1971.


Anúncio VW TL 1600 - 1970

                                 




Anúncio VW 1600 TL - 1970



















Ambos possuíam a mesma motorização do 1600, porém o estilo de carroceria fez toda a diferença. Além da pequena área de carga na dianteira, agora havia um amplo espaço na traseira, ampliado pelo motor horizontal, que ocupava bem menos espaço (a ventoinha ficava agora montada no virabrequim). No caso da Variant, o espaço total para carga chegava a 640 litros. O interior era pouco mais que espartano. O problema da rejeição ao design foi solucionado em 1971, através de uma reestilização da dianteira. Ambos os carros ganharam uma dianteira mais baixa e inclinada para dentro. Apesar do apelido "cabeça de bagre", o novo desenho encontrou grande aceitação.


Anúncio Variant - 1971



 A VW também lançou uma versão de 4 portas do TL, para atrair os motoristas de táxi (que utilizaram muito o VW 1600 quatro portas).


Anúncio VW TL - 1600 - 4 portas - 1971



Os modelos acumularam boas vendas no decorrer da década de 70, e a Variant inclusive superava no mercado interno a Ford Belina, muito mais avançada tecnologicamente (em grande parte devido as péssimas condições das estradas brasileiras).


Anúncio Volkswagen TL - 1972

Anúncio Variant - 1973

Entretanto, apesar do sucesso no mercado brasileiro e da ausência de competidores (a Volks dominava cerca de 70% do mercado brasileiro), a idade do projeto começava a pesar (o similar europeu era de 1961), e a Volks, que já experimentava dificuldades no exterior com a linha "a ar", decidiu introduzir também aqui a linha Passat, já em 1974, ocupando o mesmo nicho de mercado do TL. Esta concorrência interna, somado ao lançamento do VW Brasília, decretou o fim da linha TL em 1975, podendo-se encontrar algumas unidades residuais do ano de 1976.






VW VARIANT II 


Lançada em 1977, a segunda geração da Variant foi um produto exclusivamente brasileiro. Durou apenas três anos no mercado, mas ficou marcado como o mais evoluído derivado do VW Fusca - principalmente no que se refere aos aspectos técnicos.


A começar pela suspensão dianteira, que utilizava o moderno sistema McPherson, substituíndo o tradicional corpo de eixo duplo com com feixes de lâmina de torção e braços arrastados superpostos, adotado em toda a linha VW a ar. Na traseira, mantiveram-se as barras de torção, mas a geometria mudou totalmente, saindo o envelhecido semi-eixo oscilante para dar lugar ao mais eficiente braço semi-arrastado. O "facão" continuou, mas apenas como elemento de ligação de cada braço à sua barra de torção.
Outra novidade era a nova distância entreeixos, aumentada em 9,5 centímetros. mesmo assim, a Variant II era apenas 1,5 centímetros mais longa que a primeira geração do modelo. Porém, devido aos balanços mais curtos, bem como a maior área envidraçada de suas linhas retas e angulosas (típicas da época, inspiradas no VW Brasília e no VW Passat), a "nova" Variant passava a sensação de ser consideravelmente maior se comparada ao modelo que sucedeu.


Definida internamente como modelo "301", a Variant II foi um projeto desenvolvido totalmente pela engenharia da empresa no Brasil. Lançada em setembro de 1977, como modelo 1978, ficou popularmente conhecida como "Variantão", recebendo até mesmo apelido maldoso de "Sapatão" devido a semelhança com o VW Brasília.
Do VW Brasília inclusive foram aproveitadas várias partes, dentro da filosofia da Volkswagen de reduzir seus custos de produção. A Variant II usa do VW Brasília as mesmas portas laterais, parachoque traseiro, faróis e lanternas traseiras, indicadores direcionais dianteiros, parabrisas dianteiro, além de uma série de pequenos detalhes internos de acabamento. 
O modelo impressionava quando comparado a sua "irmã mais velha". Inclusive, o uso desse tipo de suspensão na dianteira preconizava o uso de um motor dianteiro, o que jamais ocorreu. Porém problemas mecânicos inerentes ao modelo (e o futuro lançamento da Parati planejado pela fábrica, para ocupar a mesma posição de mercado) trouxeram o fim do modelo já em 1981.












Fontes: Volkswagen 1600, Variant II (com adaptações). Disponível em:

Imagens: Anúncios anos 70 - Oswaldo Hernandez. Disponível em: 








Nenhum comentário:

Postar um comentário